Consumo ideológico

 



Muitas sociedades e amizades foram desfeitas, até famílias romperam por causa das eleições. 


Algumas pessoas estão inconformadas com o fato de Jair Bolsonaro ter perdido as eleições e por isso estão defendendo que as forças armadas apliquem um golpe na democracia e assumam o poder, ignorando a vontade da maioria da população.


Em Casca, no Rio Grande do Sul, o presidente recebeu 72,3% dos votos. Por lá, eleitores do presidente estão sugerindo que os estabelecimentos comerciais cujos proprietários não tenham votado em Bolsonaro sejam identificados por uma estrela vermelha.


Muitos não gostam da comparação, mas você sabia que essa ideia já foi aplicada? Sabem onde? Na Alemanha Nazista. Primeiro foram os estabelecimentos que pertenciam aos judeus identificados com a Estrela de Davi. Depois os próprios judeus foram obrigados a se identificarem através de uma estrela pregada ao corpo. O desfecho disso tudo a gente já sabe.


Voltando ao RS, através das redes sociais, os eleitores de Bolsonaro defendem que os consumidores consumam produtos e serviços apenas de quem “pensa como a gente”, ou, como eles!


Supõe-se que todos trabalhem e tenham seus salários, certo? E se os eleitores de Lula, que são maioria, deixarem de abastecer seus carros nos postos onde os donos sejam bolsonaristas, ou deixem de comprar remédios ou contratar serviços de bolsonaristas?


Abasteço o carro onde há um bom serviço e a gasolina estiver com um preço mais em conta, assim como faço com remédio ou quando contrato um serviço.

Nunca perguntei em quem as pessoas votam antes de ajudar alguém, por que o faria antes de consumir algo vendido por eles?


"A política brasileira passa por uma fase tóxica", escreveu Elio Gaspari.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem